quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

A só!


Eu não faço parte

Não me importa quem sejam

Não me importa se me desejam

Eu não faço parte


Nenhum grupo me tem

De ninguém sou séquito

Sou cético e lépido

Meu "amém" é de ninguém


Eles vão, sim, eles vão

Coloridos como a arara

Mas não são, não, não são

Quem me combine a cara


Areia, areia fina

água, céu, sal e espuma

Rua, cruzamento, esquina

Casa, barco, mar e escuna


A utopia do poeta é ser ouvido

Ser ouvido é ser amigo das orelhas

Que vivem a fazer um pedido

Para o cupido da face vermelha


O poeta sonha com seu reino

Pleno de jardins verdes e com rosas

Com noites de luar em meio termo

Para pensar no que escrever às plantas lacrimosas


Se ninguém me ouve já é problema agora

Se ninguém me ouve não está perdendo afetos ternos

Se ninguém me ouve vou-me daqui embora

Pois se ninguém me ouve... fico eterno.

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