domingo, 24 de fevereiro de 2008

Gaiola de Ratos


Esqueça, esqueça! Deixa a queixa, robusteça, levante e zarpe para onde quiser ir. Se quiser vir comigo tenho um sentido diferente do resto desta gente que sente o chicote arder na mente e não grita, mas fica ao som com as mãos na barriga ouvindo a cantiga mesma do mal, um canto de lavagem cerebral. Lavagem que corre, nunca morre, dentro da cabeça vazia que amazia com ela sentindo seqüela, mas escrava macabra de um comodismo modismo de hoje em dia. Atualmente na mente de gente demente repousa o confinamento, tratamento de loucura aos fãs da impostura televisiva que rivaliza com uma realidade doente feita pela mente dessa gente. E só! Dá dó, eu sei, mas são o que são e o que têm... sem inspiração, amém!

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Vida, um delírio!


Isso aqui tudo é um delírio. Um sonho na madrugada de um doente.

Acho que a humanidade toda está em um sonho, ou melhor... um delírio. Um delírio difícil de acordar. Dizem que sonhos são sinais... não sei se delírios são sonhos ou alucinações, acho que são sonhos alucinados cujos sinais são ininteligíveis, dificil a compreensão... difícil. Existe tão profundo significado em cada um destes elementos que minha mente superficial não os compreende e, assim, vejo que o pardal no fio da luz é tão somente o pardal no fio da luz.


No meu delírio vejo o fogo crescendo ao meu redor. Poderia jurar que as chamas possuíam mãos e rostos aterrorizantes e gritavam como que para me assustar. Corria por um caminho entre elas. Alguém me xingava, mas eu aprendi a ignorar os insultos, seria superior. Sentia chibatadas nos ombros, socos na cara, mas não queria ver ninguém. Corria. Entrava por uma esquina e respirava junto à parede, olhei... uma porta. Finalmente. Queria que estivesse chovendo lá dentro... e poderia, não era um delírio? O suor me banhava numa aspersão salgada que fazia meus olhos arderem. Caminhei até a porta, mas ela flutuava ao longe, então passei a correr e ela nunca saía do lugar. Olhei atrás meio apavorado, meio ignorante de tudo aquilo... Ninguém. Pelo menos poderia tentar a porta onde chov... Cadê a porta? Cadê a porcaria da porta!!!!!?

Corria, corria... Não havia brisa no meu rosto, por quê? Que é isso? Estava numa esteira, numa esteira de academia.

Todos riam em volta, mas não era de mim, era da vida, do delírio, estavam delirando com certeza.

Um barulho. Um grito agudo e breve que saía de mim. Meu braço direito formigava, havia marcas nele, marcas de dedos, quatro dedos. Me empurraram! Quem? Não sei, mas caí, caí em cima de um colchão no chão sem uma cama que apoiasse. Havia um espelho no colchão. Um susto, minha cara estava marcada... vergões.

Mas o que é isso? Quem está me perseguindo?

Risadas...

Agora eu sei, riem de mim, tenho certeza, posso sentir isso, mas quem? Quem?

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Barco Pesqueiro


...Passavam já das 6 da tarde, o movimento da maré que sacudia o pesqueiro de seu velho pai não o enjoara... fôra a comida enlatada. Apressou-se em tirar a rede d'água, um mísero peixe dabatia-se violentamente. Meditou. Como o ar que lhe garantia vida segundo após segundo era sufocante ao pobre vertebrado marinho. E agora? Devolvia-lhe à vida ou entregava-o à tortura ofegante? O poder em suas mãos. O poder que sonhara ter, que experimentara e que lhe arrancaram das mãos. Liberdade!!! Era tudo o que desejava ali, no frio da brisa do mar. O mar... Sem cor, enfurecendo-se com a negritude das nuvens. Ele e ninguém mais... Já não era alguém para si mesmo, desprezado pelos iguais, incompreendido pelos líderes de sua vida. Proibiram-lhe sorrir com o que tinha vontade, correr com quem sonhou compartilhar sandices... Sua vida era feita de reticências. Seus assuntos, seus projetos, seus planos paravam pela metade do percurso onde todos já sabiam o que ocorreria.

Olhou para o mar. O peixe falacera em suas mãos e escorregara-lhe por entre os dedos. Sepultado no mar de onde veio, de graça. Agachado pensou, lembrou de sua mulher, das três crianças, do menino mais velho trancafiado no quarto sem reboque.

Imprestável, desgraçado, pobre... Sabia que receberia em uma semana mais atenção do que recebera em sua vida inteira, talvez durasse um mês inteiro ou dois. Sentiriam sua falta, sem dúvida, afinal todos recebem homenagens quando cessam de consumir este ar.

Olhou, pensou e não mais duvidou. Tornou-se uma gota d'água a mais.
Acordou com uma sensação comum de estar encharcado. Em volta observou o mesmo quarto. Perto da estante as latas de tinta. Ao seu lado sua mulher:
- Vai sozinho, mesmo?
- Sim... Irei.
- Vai chegar a tempo de jantar?
Olhos nos olhos, nenhuma palavra.
Levanta-se, toma um banho, come uma torrada, caminha até o portão tão negro como sua alma naquele dia.
- Pai! - Grita o pequeno Lino - Esqueceu o chapéu do Vô! - Olhos nos olhos, novamente, mas agora em cada membro da familia.
- Obrigado.
E ninguém mais ouviu de sua boca palavra alguma.

Reticências...


Quase sempre...

Pelas ruas a vida anda...

Não sou cego para não te notar...

Beleza... Raridade...

Sim, um milagre do bem...

Da verdade.

Invendível...

Amor...

Minha cegueira não chega a tanto,

A ponto de não te notar.




sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Noite


Lá se vai a noite a fora, navegando pelo ar

Serena e límpida, fria, mas não gelada

Com a lua em suas costas voa enquanto o sol disfarça.

Enquanto voa atrai e distrai os poetas tristes

Destoa a melodia, sobe uma nota, depois outra.

Até fazê-lo esperar por algo novamente.


Enquanto Órion persegue o escorpião

Eu durmo sonhando com a paz.

Num caminho íngreme ela fugiu de mim

Se ela se põe eu me ponho a nascer.


Nunca a achei, mas ela me visita.

Sem bolos, sem chás...

Aparece num "olá" e se esvai num "até breve"

Pela noite esvoaça. Até já!


A noite é um depósito:

Medo, dor, arrepios, lágrimas, solidão...

É um baú de passados,

É a hora do ladrão.


Mas na noite enxergamos

As estrelas de um poeta feliz

Que desenha-se nelas

E reafirma ali o que diz:

Estou aqui...

Bem baixinho...

Bem baixinho...

Tão alto vemos que lhe pedimos...

Tão baixo fala que não ouvimos...


A noite é a melhor das épocas do dia...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Todo extremo é beira (Feminismo)

Foto: Cena do filme "A Luta pela Esperança" com Russell Crowe e Renée Zellweger


Saudades das damas...

As mulheres de hoje em dia fazem as barbas tão bem que nem parece que as têm.

Como eram lindas outrora,

Seus vestidos longos, os cabelos longos, os olhos brilhantes...

A Beleza do charme, do sorriso certo, da brabeza adorável...

Sinto falta da forma como nos batiam e pensavam que nos feriam...

Seduzam-nos novamente, chamem-nos outra vez e iremos.

O tempo pede, as eras chamam, a vida clama... Clamemos!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Vontades...

Atenção: Leia ouvindo Wish you were here (pink floyd)


Escrevo por que este sou eu
Você me vê na rua e me imagina
E não faz idéia de que aquele é um outro
Que passa por você como um trem
Sem emoção
Desprovido de sentido
Possuído de questões
Que você jamais responderia
Mas eu te queria aqui
Aqui
Como eu te queria aqui
O meu sentido
O meu motivo
O meu mito fantasioso
Novamente vivo
O mundo perfeito só pra nós
Por que só o nosso mundo
É perfeito pra nós
E só pra nós ele é perfeito
Só pra nós ele faz sentido certo
Com uma flecha que indica mão única
Brilhando em tricolor à beira deste asfalto
Eu só te queria aqui perto de mim
Com o vento de calor leve
Que impulsiona tuas palavras
Aquecendo meu pescoço
Quero mudar
Renascer
Mas um outro eu
Um contigo
Como eu te queria aqui.
Achar tesouros juntos
Cantar juntos
Ir ao nosso paraíso juntos
Caçar estrelas mudos
Pular em um pé para o além
Além da imaginação
Da ação de imaginar
Conhecer o bem
Que há além de você
Aqui
Venha aqui
Imaginar
Vem cá
Quero sair daqui...