segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Do Poeta Demente


"Quem sou eu?", pergunta o poeta

A inspiração o deixou já faz algum tempo

Sua chama preferida, ele sente nunca ter acendido

Já se foram alguns sóis desde a última visita da paz

E a linha divisória entre carnaval e carnificina mental torna-se, a cada respiração, mais tênue

Tac-tac, tac-tac e o ruído do relógio mostra-se terrivelmente redundante, não é, poeta?

As risadas lembram-te o surrealismo dos artistas mortos

Possuem ecos agudos a uma distância eterna

Bem-vindo ao show de aberrações!

Os passos fantasiosos se aproximam

As igrejas soam seus sinos artificiais

"Não há futuro imediato", eles tinem berrando de uma caixa de som
Medo, medo, medo!!!

Cinza, cinza, cinza!!!

Tua mente, agora, é cobaia e laboratório

Ah, poeta

Louco!!!

Louco!!!

Não és senão um aglomerado qualquer

Como os piores e desqualificados locais da rede mundial

Células mortas que vivem

O avesso recíproco da ressurreição

A inspiração o deixou já faz algum tempo

e queres perguntar a mim quem és tu?

Vai-te! São ou não, mas afasta-te daqui

Suma, aberração, a ninguém pertences

E ninguém pertence a ti

Em teu nome não há propriedades, amigos ou mulher

Fuja covarde!

Para bem longe, bem tarde

Bem tarde!!!

Desajeitado!!!

Desrítmico!!!

Não és poeta, és demente

De mente agoniada

Quem sois?

Adeus, inútil aberração!

Bobo, já vai tarde...