sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Só uma prece...


Senhor,

Tenho ouvido gritos provindos de gargantas injustiçadas. Elas gritam para ouvidos surdos de homens egoístas cuja principal aspiração é satisfazer seus próprios estômagos com o fígado dos pobres. Suas gargantas já estão arranhadas e não há água para servir como bálsamo.

Senhor, a humanidade vive uma farsa e todos sabem, até quando ouviremos de miseráveis mortos em Darfur, Nairóbi e Maputo e cães que usam coleiras adornadas com ouro avaliadas em 1 milhão de dólares?

Pai, até quando a religião usufruirá de pompa deixando seus fiéis à beira do caminho?

Oh, Deus! Quantas ditaduras mais? Quantas invasões imperialistas mais? Quantas bombas feitas de carne, osso e sangue explodindo no mercado lotado mais?

Quem dará a vida novamente por eles? Quem se arriscará às balas, ao ódio? Quem irá?

Quem libertará a criança paulistana de sotaque moreno? Quem libertará o traficante que oferece o escape à ela? Quem ainda crerá?

Criador, peço-te que, se os integros perderem a fé, não lhes impute tal pecado, pois tu conheces e experimentaste na pele a maldade humana. O Senhor também já pediu pra ser desobrigado da principal missão.

Quanto a mim, não quero sofrer as injustiças que me esperam e por isso peço-te o mesmo que pediste um dia: se for possível PASSA DE MIM ESTE CÁLICE.

Amém.

Um comentário:

Gian disse...

jossué...grande pensador....vive d uma maneira única...sabe brincar com as palavras!!


...parabens!...post mto bom